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O Brasil foi o país responsável pelo 8º maior consumo de energia na classe residencial no mundo e o país em desenvolvimento com a maior demanda no segmento, aponta uma pesquisa realizado pela Empresa de Pesquisa Energética com apoio da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês). A análise consta no último Atlas e utiliza dados da Base de Indicadores de Eficiência Energética e Usos Finais da agência sobre o setor entre 2000 e 2019 de 57 países. No caso brasileiro foram consideradas pesquisas adicionais sobre os hábitos de uso de equipamentos elétricos, uso de lenha e carvão vegetal, além de orçamento familiar para GLP e gás natural.

No entanto, a publicação pondera que o consumo total de eletricidade no segmento não parece ser um indicador muito conclusivo, visto este não considerar o efeito populacional, um dos principais impulsionadores da classe. O caso do Canadá e dos Estados Unidos é um exemplo. O primeiro tem uma demanda energética no setor residencial muito menor do que o seu vizinho, apesar de ter uma área territorial equivalente.

Por outro lado, o Consumo de Energia Per Capita é classificado pela EPE como um indicador relevante. Ao observar o mesmo grupo de países selecionados ordenados pelo indicador CEPC, Canadá e os EUA ficam na liderança nesse quesito. Já o Brasil está no final da lista (54º), demonstrando uma possível correlação entre a demanda per capita e o nível de desenvolvimento. Observando o ranking, os 12 CEPC mais altos (Grupo 1) estão relacionados aos países desenvolvidos enquanto os 12 CEPC mais baixos (Grupo 2) estão relacionados principalmente aos países emergentes, apresentando uma tendência estática, conforme apontam os gráficos abaixo.

Considerando o mix energético do setor residencial, a eletricidade é a fonte de energia mais consumida, especialmente para conservação de alimentos, refrigeração de ambientes, aquecimento de água, iluminação, cozinha e outros usos (eletrodomésticos). Em 2019, 99,8% tinha acesso a esse bem. Ao analisar os serviços energéticos, cocção representa quase metade da demanda de energia e majoritariamento atendido por lenha e GLP.

A maioria dos países selecionados possui o aquecimento ambiente como principal serviço energético, o que pode ser explicado pelo fato de a maioria dos países da amostra da IEA estar localizada em regiões de clima temperado, ou subtropical. Marrocos, Hong Kong, Taiwan e Brasil foram os únicos com pouca ou nenhuma demanda para este uso, dado que estes são também as únicas nações da amostra que se encontram em regiões com clima tropical ou equatorial.

Na avaliação de níveis de eficiência energética, apenas a demanda energética para aquecimento ambiente não é considerada por não ser um serviço relevante por aqui, já que existe concentração significativa de eletricidade nas classes de renda mais alta e de biomassa (lenha e carvão vegetal) nas de baixa renda. Como resultado, aqueles menos favorecidos economicamente tendem a apresentar maior potencial de eficientização devido ao uso de fontes energéticas convencionais (lenha e carvão vegetal), e uma maior demanda reprimida por serviços prestados por fontes energéticas modernas (eletricidade, solar térmica, GLP e gás natural).